terça-feira, 2 de agosto de 2011

A mulher de branco

Desde que nasci, convivo com táxis e taxistas. Esse sempre foi o negócio da família. Cresci ouvindo muitas histórias, que mal sabia eu, vivenciaria algumas delas. Mas a história que contarei, não foi vivenciada por mim, mas sim por meu tio Roberto, que também trabalhou por muito tempo em táxis.
Contou meu tio, que em uma madrugada, rodando com o táxi pelo centro da capital, avistou uma mulher na rua, bonita e toda de branco, que fez sinal para ele como quem quisesse pegar o táxi.
Ele parou o táxi, na época um fusca – afinal eram os anos 80, onde a maioria esmagadora dos táxis eram fuscas – sem o banco dianteiro do passageiro, abriu a porta e ela entrou.
Após as devidas saudações, essa mulher dá o destino da corrida para o meu tio, este na Avenida Oscar Pereira, no cemitério São Miguel e Almas.
Em silêncio meu tio e a passageira seguem em direção ao destino pedido por ela.
Chegando em frente ao cemitério, meu tio diz:
- Chegamos senhora!
Ao que não obtendo resposta olhou para trás e para seu espanto e pânico não havia ninguém dentro do carro.
Apavorado, contou ele, desceu do fusca e olhou para todos os lados sem ver ninguém por perto. Atravessou a rua e verificou o portão do cemitério e viu que estava trancado.
Já assustado, adentrou dentro do carro e com o coração palpitando e acelerado, dirigiu até o Instituto de cardiologia onde foi devidamente atendido e medicado.
Não sei por que lembrei dessa história hoje. Aliás não sei se isso que foi me contado é realmente uma história ou uma lenda. Sei que eu ouvi. E mais, já ouvi o contrário de outros motoristas, ou seja, de uma mulher de branco fazer sinal para o táxi no cemitério São Miguel e Almas, entrar no carro e dar um destino qualquer e quando os taxistas chegaram a esse destino verificaram que não havia ninguém dentro do táxi.
Como dizem por aí, recordar é viver. Estou vivendo mais um pouquinho então.
Agora, diante de tudo isso, tenho duas certezas: Uma é que se durante a madrugada eu pegar uma mulher toda de branco para levar ao cemitério, cobrarei a corrida antes e a outra é que se uma mulher toda de branco me fizer sinal em frente o cemitério, não vou parar o táxi.

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