quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Se beber não dirija e se dirigir não informe blitz


É sabido por todos ou por uma grande maioria que o álcool, ou bebida alcoólica, possui inúmeros efeitos sobre o corpo humano, dentre eles o retardo dos reflexos.
Sabe-se também que o uso, ingestão de álcool está associado à boa parte dos acidentes de trânsito.
No Brasil, anteriormente a Lei Seca (Lei 11705), existia um limite de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue, que poderia ser ingerido por quem fosse dirigir. Diante da falta de conclusões a respeito de um nível seguro de consumo de bebida alcoólica, tendo em vista a individualidade de ser humano, foi enrijecida a lei para que a quantia máxima de álcool no sangue fosse de no máximo 0,2 gramas por litro de sangue, o que praticamente proibiu o consumo de bebida alcoólica antes de dirigir.
Foi comprovado também que o número de acidentes diminuiu consideravelmente depois da implantação da Lei Seca. É bem verdade, que à medida que a fiscalização foi relaxada, esses índices voltaram a subir, o que mais do que nunca comprova realmente a eficácia da medida e que o consumo de álcool, seja ele mínimo, tem influência no comportamento no trânsito sim.
Outro grande entrave para a plena eficácia da lei, bem como a modificação cultural a respeito do beber e dirigir, é no que se refere ao que eu chamo de desserviço, de se informar para aqueles que bebem e dirigem, a posição das blitz nas cidades. Isso é uma maneira de ajudar infratores e criminosos a burlar a lei. E mais, esse tipo de informação não ajuda só o suposto cidadão de bem que tomou uma cervejinha na janta, mas também aquele que bebeu tudo o que foi possível e ainda pode auxiliar também o criminoso mais perigoso, que pode estar com um carro furtado/roubado, realizando um seqüestro relâmpago ou até mesmo assaltando um taxista. E para aqueles que duvidam dessas possibilidades – vagabundo não vai ter twitter, facebook, etc. - a Rádio Gaúcha, há pouco tempo noticiou um presidiário que possuía um celular dentro da cadeia e com perfil no twitter e tinha como um dos seus seguidos o governador Tarso Genro.
Aí tenho certeza absoluta que alguém que ler vai pensar: “É taxista. Ta puxando a brasa para o assado dele. Se a galera não pode dirigir vai andar mais de táxi...”
Pois respondo: NÃO! Na verdade o que quero é ter a tranqüilidade de dirigir, principalmente a noite – turno o qual passo 12hs nas ruas e avenidas de Porto Alegre – sabendo que nenhum motorista irresponsável embriagado vai bater no meu táxi e deixar a mim a ao meu auxiliar sem trabalho e conseqüentemente sustento, por vários dias ou pior, me causar qualquer tipo de lesão, leve ou grave ou ainda abreviar minha vida.
Ademais, informando os pontos de fiscalização, é dar “um tiro no próprio pé”, pois quem garante que o bêbado que você ajudou informando uma blitz, não irá bater no seu próprio carro? Quem garante que ele não estará envolvido em um acidente com um familiar seu?
Pense nisso.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nariz de palhaço


Estamos vivendo em uma época, onde nossos direitos são cada vez mais difundidos, ou seja, temos cada vez mais conhecimento daquilo que podemos e das obrigações que o Estado tem para conosco.
Em contrapartida, assistimos esses nossos direitos sendo cada vez mais esbulhados por funcionários públicos, sejam eles eleitos ou concursados, sem que nós, pessoas comuns, o povo, possamos fazer nada para que isso mude. Aliás, não é que não possamos fazer nada. Podemos. Mas essa "mexida", só pode ser feita por nós de 2 em 2 anos, quando vamos as urnas escolher nossos mandatários. Mas entre esses 2 anos, somos vítimas dessas pessoas desavergonhadas que comandam nosso país, modificando as leis conforme os seus interesses, desviando verbas, utilizando dinheiro público para fins particulares, aumentando seus próprios salários, criando cargos desnecessários e tudo mais que de alguma forma lhes traga vantagem.
É fato que há pouco tempo atrás, quando senadores e deputados aumentarem os seus próprios salários, foi o estopim para uma série de protestos, inclusive uma música criada por um artista aqui do RS - Tonho Crocco - chamada “Gangue da Matriz”, em referência aos deputados estaduais que fizeram o mesmo com os seus salários, lhes proporcionando um aumento pomposo de 73%. Essa música, gerou uma denúncia e mais tarde arquivamento de um processo que sequer chegou a existir contra o músico, pois os deputados estaduais se sentiram ofendidos por serem chamados de "gangue". Não entendi por que se ofenderam. No meu dicionário, quer dizer no do Sr. Aurélio, "gangue" significa "grupo de malfeitores". E quem aumenta sem necessidade a despesa de um Estado em pelo menos 5 milhões de reais anuais em benefício próprio, tirando dinheiro que poderia ser destinado à saúde, educação, segurança, saneamento básico ou qualquer outra obra que fosse para o bem de um todo, não é um malfeitor?
Bom se isso não é um malfeitor, não sei mais o que é então.
Poderá alguém dizer que o que os parlamentares fizeram é legal. Concordo, realmente é legal, mas não significa que seja moral. Legalidade e moralidade são conceitos distintos e não necessariamente andam lado a lado. O que os parlamentares fizeram foi definitivamente imoral.
Se todos os cidadãos, contribuintes, tivessem ao seu alcance saúde, transporte, educação, lazer, cultura, segurança, etc, de forma pública e descente, com toda a aparelhagem e serviço público em bom funcionamento, proporcionando uma vida digna para todos os cidadãos brasileiros, podem ter certeza que eu mesmo estaria aqui escrevendo e defendendo um belo aumento de salário, verba, contribuição, recompensa, como queiram chamar, para todos os parlamentares, em todas as suas alçadas.
Agora, a menos que eu esteja enganado ou tendo alucinações, sigo vendo pessoas morrendo nas filas do SUS esperando por uma consulta, quem dirá um procedimento mais complexo; sigo vendo pessoas serem assassinadas, pois o efetivo de policiais, sejam eles civis ou militares, é menor do que deveria e/ou ganham um salário de miséria, os quais necessitam fazer "bicos" de segurança privado, o que é proibido, ou então se corromperem, extorquindo e dando informações privilegiadas para criminosos, para obterem uma renda extra; sigo vendo pessoas indo até as farmácias públicas e não encontrando seus remédios; sigo vendo crianças sem aula por greve de professores que reivindicam salários melhores ou porque as escolas estão interditadas por estarem literalmente caindo aos pedaços; sigo andando em ruas sem iluminação, esburacadas; sigo enxergando as pessoas esperando por muito tempo nas paradas de ônibus e quando esses aparecem, as pessoas entram e ficam como se estivessem embaladas “a vácuo” de tão abarrotado de gente que andam os coletivos... E pensar que 5 milhões de reais por ano, poderiam ser investidos em tudo isso.
Aí eu pergunto: Em um estado onde existem todas essas deficiências é moral um funcionário público que ganha 20 vezes o valor de um salário mínimo, aumentar o seu próprio salário em 73%?
E nós, trabalhadores que passamos quase 6 meses do nosso ano trabalhando para pagar impostos, porque não temos um aumento de 73% nos nossos rendimentos? Porque gente como eu que trabalha 12 horas todas as noites, não tem direito aos benefícios do Estado e de um aumento pomposo como esse?
É por esses e outros muitos motivos que deveríamos usar um nariz de palhaço, pois é assim que estamos sendo tratados, servindo de chacota e piada para uns poucos caras-de-pau que vivem numa terra de fantasia, em um circo, se divertindo à custa da nossa realidade.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A mulher de branco

Desde que nasci, convivo com táxis e taxistas. Esse sempre foi o negócio da família. Cresci ouvindo muitas histórias, que mal sabia eu, vivenciaria algumas delas. Mas a história que contarei, não foi vivenciada por mim, mas sim por meu tio Roberto, que também trabalhou por muito tempo em táxis.
Contou meu tio, que em uma madrugada, rodando com o táxi pelo centro da capital, avistou uma mulher na rua, bonita e toda de branco, que fez sinal para ele como quem quisesse pegar o táxi.
Ele parou o táxi, na época um fusca – afinal eram os anos 80, onde a maioria esmagadora dos táxis eram fuscas – sem o banco dianteiro do passageiro, abriu a porta e ela entrou.
Após as devidas saudações, essa mulher dá o destino da corrida para o meu tio, este na Avenida Oscar Pereira, no cemitério São Miguel e Almas.
Em silêncio meu tio e a passageira seguem em direção ao destino pedido por ela.
Chegando em frente ao cemitério, meu tio diz:
- Chegamos senhora!
Ao que não obtendo resposta olhou para trás e para seu espanto e pânico não havia ninguém dentro do carro.
Apavorado, contou ele, desceu do fusca e olhou para todos os lados sem ver ninguém por perto. Atravessou a rua e verificou o portão do cemitério e viu que estava trancado.
Já assustado, adentrou dentro do carro e com o coração palpitando e acelerado, dirigiu até o Instituto de cardiologia onde foi devidamente atendido e medicado.
Não sei por que lembrei dessa história hoje. Aliás não sei se isso que foi me contado é realmente uma história ou uma lenda. Sei que eu ouvi. E mais, já ouvi o contrário de outros motoristas, ou seja, de uma mulher de branco fazer sinal para o táxi no cemitério São Miguel e Almas, entrar no carro e dar um destino qualquer e quando os taxistas chegaram a esse destino verificaram que não havia ninguém dentro do táxi.
Como dizem por aí, recordar é viver. Estou vivendo mais um pouquinho então.
Agora, diante de tudo isso, tenho duas certezas: Uma é que se durante a madrugada eu pegar uma mulher toda de branco para levar ao cemitério, cobrarei a corrida antes e a outra é que se uma mulher toda de branco me fizer sinal em frente o cemitério, não vou parar o táxi.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O oriental

Nessa madrugada de segunda para terça, sem muito a fazer, voltei a lembrar de histórias vivenciadas no táxi durante à noite.
Uma delas, bem curtinha, que relatarei aqui, aconteceu a alguns anos e foi uma das mais curiosas, por assim dizer.
Estava eu parado em frente a uma casa noturna, esperando a saída dos passageiros da festa, quando entrou no meu carro um cidadão, descendente de orientais - japonês, chinês, coreano, etc. - não saberia definir.
Logo após o respectivos boa noites, perguntei como de costume: " Pois não?" Ao que tive como resposta: "Quero uma mulher. Me falaram da Farrapos."
Perfeito. Pra eu, estava dado o destino e começamos o deslocamento.
No caminho, o passageiro começa um diálogo, perguntando como estava o serviço, como tinha sido a noite, se tinha feito muitas corridas assim como a que estava fazendo com ele e se eu conhecia alguma menina em especial na Av. Farrapos que pudesse indicar para ele.
Após responder as perguntas veio então o questionamento chave. Me perguntou ele: "Quanto tu me cobraria para deixar que eu usasse o táxi no drive-in com a menina que eu escolher?"
Opa! Como assim? Pensei eu. Usar o meu táxi para fazer o programa em um drive-in?
Confirmei com ele se realmente era isso que ele queria e tive a resposta afirmativa dele. Não aceitei, claro que não. Imagina. Loucura completa. "Alugar" o táxi para servir de motel para o oriental...
Mas ele insistiu e foi oferecendo cada vez mais dinheiro, até chegar em R$50, fora o valor da corrida, que eu ainda teria que levá-lo ao hotel onde estava hospedado.
Mas segui negando e ainda argumentando, que com esse valor ele pagaria qualquer motel próximo daquela região onde estávamos.
Não satisfeito o cliente usou um último argumento: "Prefiro o carro, poi sou bem rapidinho, não vale a pena ir até um motel..." Senti um misto de pena e ao mesmo tempo vontade de rir, tamanha a exposição que aquele rapaz estava se submetendo para ter uma transa. Mas segui negando a proposta do mesmo e tentando que ele fizesse o programa em um motel ou fosse a uma casa "especializada", mas ele também foi irredutível.
Quando chegamos na Farrapos perguntei o que ele iria fazer, pois não aceitaria sua opção. E ele e respondeu: "Para em um posto para eu comprar uma água e depois me leva para o hotel, vou resolver o meu problema sozinho!"
E assim fizemos.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Táxis, Tele-Táxis e a taxa de chamada





As empresas de tele táxi, são prestadoras de serviço, que na teoria, deveriam ter como principal objetivo “agradar” o seu verdadeiro cliente, que ao contrário do que muitos pensam, não é o usuário de táxi, mas sim o TAXISTA.
Ocorre que na última década, as empresas de tele táxi, perderam esse norte e se preocuparam única e exclusivamente com seu bem estar financeiro.
Abaixo, algumas atitudes e fatos por parte dessas empresas que comprovarão as afirmações acima.



1) Taxas de chamada ou deslocamento

As empresas de tele táxi, por sua conta, resolveram a título de concorrência, abrir mão da taxa de deslocamento prevista em Lei Municipal(Lei 5766/86). Ocorre que esse valor é de DIREITO ÚNICO E EXCLUSIVO DO TAXISTA e nenhuma empresa de tele táxi tem o direito de fazer qualquer concessão nesse sentido sem prévia autorização do principal interessado, o taxista. E mais, se algum taxista exerce o seu direito de cobrar essa taxa de chamada/deslocamento, ainda é punido pela tele/rádio táxi, normalmente com uma suspensão de 3 dias do trabalho.
Hoje essa taxa de chamada é de R$1,89 (Um real e oitenta e nove centavos).
Em média um carro com tele/rádio táxi, faz pelo menos 10 corridas por dia por esse meio, o que perfaz um total de R$18,90 p/dia e em 26 dias trabalhados no mês, R$491,40, ou seja, quase R$500,00, o que no ano seria um PREJUÍZO UM DEIXAR DE GANHAR de quase R$6.000,00, vejam bem, R$6.000,00 (SEIS MIL REAIS) anuais.
Esse valor seria o suficiente para se pagar as altas mensalidades de qualquer tele/rádio táxi em Porto Alegre.



2) Mensalidades

As mensalidades das tele/rádio táxis, atingiram um valor exorbitante. Hoje a empresa mais cara de Porto Alegre a Tele Táxi Cidade, cobra R$410,00 por mês pelo seu serviço. O detalhe é que esses aumentos de mensalidade não são indexados a nenhuma correção monetária oficial. São valores aumentados ao bel prazer dos proprietários das empresas.
Prova disso é que em 10 anos o táxi aumentou sua bandeirada de R$1,20 para R$3,78, enquanto as tele/rádio táxis aumentaram muito mais, como por exemplo a Tele Táxi Cidade, que aumentou sua mensalidade de R$75,00 para R$410,00 em 10 anos.



3) Descontos de faturas, vouchers e tele cheques.

Não bastassem proibir os taxistas de cobrar a taxa de chamada/deslocamento e cobrar mensalidades altíssimas, as tele/rádio táxis ainda cobram um percentual de cada corrida feita para as empresas conveniadas que normalmente variam entre 5% e 10% com a seguinte sistemática:
Para que esse desconto seja de 5%, é necessário que se espere pelo menos 15 dias para receber o crédito, enquanto que se preferir o pagamento na hora, ou seja, trocar essas faturas/tele cheques/voucher por dinheiro de forma imediata, esse desconto é de 10%. Ambos os descontos, sem nenhum tipo de comprovação fornecido aos taxistas, o que gera desconfiança sobre a legalidade e licitude dos mesmos.



O caso é que as empresas de tele/rádio táxis, hoje têm um faturamento milionário à custa dos principais personagens que são os taxistas, que em uma conta grosseira, entre taxas de chamada/deslocamento, mensalidades e cobranças de 5% e 10% dos tele cheques/faturas/vouchers tem um ônus de pelo menos R$1.000,00 mensais em função das empresas de tele/rádio táxis.







Quanto a Tele Táxi Cidade em específico, a mesma fez uma mudança de sistema do rádio para o serviço de transmissão de dados via GPS, o que onerou ainda mais os taxistas com um aluguel mensal do aparelho utilizado para o trabalho. Tal mudança foi feita através de imposição, sem nenhum tipo de consulta aos então associados.
Hoje, o sistema informatizado via GPS, é um sistema falho que por muitas vezes não tem seu perfeito funcionamento, comprometendo assim o trabalho do taxista, sem que haja um desconto proporcional por essa falha/interrupção de serviço, como manda a orientação do PROCON-RS.

domingo, 3 de julho de 2011

O casamento da Carol e do Alexandre



A mais ou menos 6 anos atrás fui buscar uma passageira que ligou para a rádio táxi com o nome de Caroline. Era madrugada e quando cheguei no endereço me deparei com uma moça bonita, com olhar medroso e sereno, o qual tinha como companhia o seu namorado. Ele me desejou boa noite, o qual retribuí, deu um beijo na moça e a colocou dentro do carro. Levei-a ao destino pedido, cobrei a corrida, desejei boa noite a ela e segui meu caminho.

Pouco tempo depois, talvez duas semanas, novamente a chamada da Caroline. A mesma moça na casa do namorado e o mesmo ritual até ela entrar no carro. Dentro do carro, me cumprimentou novamente e com um ar aliviado me disse: “Que bom que é tu meu amigo”. Fiquei surpreso mas disse que também ficara feliz em vela novamente. Ela continuou e começou a narrar histórias de terror que havia passado com outros taxistas e que agora queria o meu telefone celular, que gostaria de ser atendida somente por mim. Respondi que seria um prazer tê-la como cliente e dei o número do meu celular para ela que então passou a me ligar sempre que precisava de um táxi.

Com o tempo conheci o namorado dela, o Alexandre, assim como passei a “participar” da vida dos mesmos, elevando a relação de cliente e profissional a um nível mais alto.

Quando ela se formou em contabilidade em 2006, fui convidado, assim como minha companheira Rose, para a formatura da mesma que fazia questão da nossa presença. Assim o fiz. Compareci e vi nos olhos dos 2 que era real a questão da nossa presença. Como não poderia ser diferente, quando me formei em 2007, fiz questão da presença dos mesmos, que realmente compareceram, já pra mim como Carol e Alexandre, confirmando assim o status de amizade entre nós.

Já no começo de 2010, quem se formou foi o Alexandre. Novamente fez questão da nossa presença. Lá fomos nós – eu e a Rose – na formatura. Não conseguimos ir na cerimônia, mas comparecemos na festa e novamente a mesma sensação. Um forte abraço e agradecimentos nos olhos pela nossa presença.

O tempo passou, o Alexandre e a Caroline compraram o carro próprio, mas nunca deixaram de me chamar, de usar os meus serviços. O namoro deles seguiu firme e forte. Tão forte que puderam superar uma grande “barra” juntos, que foi a doença e posterior falecimento do pai do Alexandre, que ha alguns já não tinha mais a sua mãe ao seu lado.

Em todo esse tempo, nesses 6 anos ou mais, acompanhei tudo isso de perto. Fui conselheiro, quebrei alguns “galhos” para eles, bem como eles me ajudaram muito com suas corridas, com seu carinho, confiança e indicações do meu serviço para amigos e colegas deles.

Depois de tudo isso, ontem/hoje, 02/07/2011, foi a grande noite. O casamento da Carol e do Alexandre. Um dos casais mais queridos que conheço, senão o mais, casou e com tudo o que tinha direito. Casamento lindo na Igreja Santa Teresinha, no Bairro Bom Fim e festão na Av. Carlos Gomes em uma casa de festas elegantíssima. Festa perfeita com boa comida, boa música e um astral, uma vibração muito legal.

Fiquei por demais feliz pelo convite e novamente pelo tratamento recebido pelos dois.

Eu que acompanhei praticamente toda história do relacionamento dos dois, já que a Carol virou minha cliente praticamente quando conheceu o Alexandre, hoje vi um dos passos mais importantes da vida deles, que foi o casamento. Ainda hoje, eles embarcam para o Caribe, em uma lua de mel de 7 dias. Confesso que poucas vezes fiquei to feliz por duas pessoas, como fiquei por eles, especialmente nessa ocasião. Realmente desejei e desejo toda a felicidade do mundo para os dois e que a nossa amizade perdure e se aprofunde cada vez mais.

Ai,ai...

São por essas pessoas e histórias que o serviço de táxi vale muito à pena.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Comércio irregular de táxis em Porto Alegre


Diante das denúncias realizadas pelo grupo RBS referente à venda irregular de táxis, esperei até agora para ver de que forma se resolveriam as coisas para me manifestar. Mas, como em tudo que o poder público está envolvido, muito provavelmente as coisas irão demorar, resolvi me manifestar a respeito.

Vejamos.

Tenho 31 anos de idade e desde que me conheço por gente, vivo o meio táxi. Minha família atua no ramo, muito antes de eu nascer. Todos os táxis que a minha família possuiu – que chegaram ao número de 5 – foram comprados de alguém. Meu pai, que morreu assassinado trabalhando em um dos seus táxis, sacrificou muito do seu tempo, abdicando de férias, divertimentos e outros tipos de lazer, além da sua própria vida para trabalhar, trabalhar e trabalhar para juntar dinheiro, comprar os seus táxis e assim adentrar a um ramo de negócios, que se não lhe deixaria rico, lhe garantiria um bom padrão de vida e uma boa aposentadoria, que não conseguiu aproveitar, claro, ao custo de muito trabalho, como a maioria dos ramos autônomos.

Claro que com mais de um táxi meu pai não conseguiria trabalhar sozinho. Surgira então oportunidade para que outros o auxiliassem no trabalho, sob a condição de uma comissão, normalmente de 25%, pelo trabalho realizado com base na féria bruta[1] auferida no turno de trabalho. Com isso, não só meu pai, mas os seus auxiliares, cresceram e tiveram oportunidade inclusive de comprarem seus próprios táxis, mediante muito trabalho e sacrifícios diários, o que testemunhei acontecendo em mais de uma oportunidade.

Agora, em 2011, sob algum tipo de interesse, imprensa, ministério público, vereadores, etc, resolveram “fiscalizar” a venda de táxis em Porto Alegre, bem como os preços praticados para esses negócios.

Quem estudou Direito, sabe que uma das fontes do direito é o costume e para alguns não só fonte, como o direito propriamente dito, mas não será essa a discussão.

Então pergunto.

Alguém ousa duvidar que um negócio que é realizado desde 1973 – ano em que foram distribuídas as permissões de táxi em Porto Alegre – até agora, 2011, ou seja, durante 38 anos, não é um costume?

Bom se isso na for um costume, perdi a compreensão do que seja.

Se é que existe, desafio a EPTC ou SMT para que faça um levantamento de quantos ainda são os permissionários remanescentes de 1973. E mais, desafio a demonstrar o número de transferências de permissão que existiram desde 1973 até os dias de hoje. São muitas, podem acreditar, muitas mesmo.

Bem, quanto à legalidade, já que é permitida a transferência, mas não a venda do táxi ou permissão, faço outro questionamento:

Alguém acredita que a SMT ou EPTC não sabia que essas transferências eram feitas sob pagamento?

Vale lembrar que se existe irregularidade nesse tipo de comércio, o grupo RBS colabora com essas irregularidades, pois os anúncios de vendas de táxis e permissões são abundantes nos classificados dos periódicos distribuídos pelo grupo.

Outro fato que corrobora para provar esse costume e essa regularidade, são as inúmeras decisões judiciais, considerando um valor monetário a essa permissão, seja para divisão de bens relacionados à separação judicial, seja na partilha de bens referentes às ações de inventário[2] de bens.

Desculpem os que pensam o contrario, mas diante de todos esses fatos, não consigo visualizar essas vendas de táxis como negócios irregulares e ilegais.

Quanto ao Sr. Sérgio “Santa Maria”, que foi fonte de notícias, cuja figura em particular nem conheço, foi tratado como “Barão dos Taxis” por ser locatário de mais de 30 permissões de táxi. O que tem de errado? Se for a questão dos impostos, não tem nada de errado, pois os táxis e permissões ficam em nome dos seus donos que recolhem imposto de renda, ou seja, os cofres públicos não sofrem prejuízo. Claro que alguns podem querer caracterizá-lo como empresário e tributá-lo como tal. Afirmo com absoluta certeza que isso inviabilizaria a continuidade da atividade, dados o ônus dos pesados encargos trabalhistas e também pelo fato de que a atividade funciona desde sempre na base da confiança, já que não existe maneira de se fiscalizar de forma objetiva e exata aquilo e o quanto o motorista faz durante o seu turno de trabalho. Prova disso é o número de empresas que existem no ramo de táxi, que hoje é uma única que está encerrando as atividades, por essa falta de inviabilidade a qual citei há pouco.

O táxi é por excelência um trabalho autônomo e os motoristas não são empregados e sim auxiliares, autônomos como os permissionários. Qualquer mudança nessa condição, seria obstruir a continuação da atividade pela falta de condições financeiras.

Voltando ao caso do Sr. Sérgio, que é locatário de mais de 30 táxis, como foi noticiado, o mesmo está dando trabalho para pelo menos 60 motoristas, tendo em vista que os táxis trabalham em 2 turnos. E agora? O que é o certo? Obrigar ele a devolver aos proprietários esses carros, fazer com que esses proprietários trabalhem e deixar 60 motoristas sem trabalho, ou regularizar a situação do Sr. Sérgio e muitos outros que fazem a mesma coisa e deixar que pelo menos 60 famílias continuem a ter a renda do trabalho em táxi?

O Sr. Sérgio e outros que praticam os mesmos atos são criminosos ou são pessoas que dão oportunidade e trabalho a outros?

O comunicador e produtor do programa Pretinho Básico da rádio Atlântida Sr. Maurício Amaral, se manifestou a respeito do caso “Barão dos táxis”, dizendo que era injusto que uma única pessoa possuísse 30 táxis e os motoristas trabalhassem para ele ganhando pouco e ele ficaria com todo o lucro.

Perguntaria para o mesmo: Qual a empresa ou empregador que dá a título de pagamento para o seu empregado ou colaborador, no mínimo 25%[3] do valor bruto, daquilo que ela, empresa, produz?

Será que o Sr. Sirotsky paga isso para os seus colaboradores?

E porque não seria justo vários taxistas trabalharem e ganharem por isso e um locatário, possuidor, ter lucro com isso? Então o Sr. Maurício Amaral não deveria achar justo trabalhar no grupo RBS, cujo proprietário fica com o lucro do trabalho de outros.

Outro lobby feito pelo grupo RBS, nas pessoas dos Sr.s Francisco Amorim e Humberto Trezzi, repórteres de Zero Hora, foi referente ao número de táxis na capital que é o mesmo desde 1973. Trouxeram a tona o fato de que a população e o número de carros haviam aumentado muitas vezes mais e que o número de táxis permanecia o mesmo.

Em contrapartida, na mesma reportagem/vídeo do site da Zero Hora (http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3357079.xml), o Sr. Humberto Trezzi pergunta e o mesmo tempo responde o porquê faltam táxis em Porto Alegre nos horários de trânsito intenso e dias de chuva, ou seja, ele reclama da demora e da falta e ao mesmo tempo traz a resposta com um dado o número de carros particulares (600 mil) que hoje transitam pelas ruas e avenidas da capital dos gaúchos. O trânsito é caótico, o tempo de deslocamento, principalmente nesses horários de trânsito mais intenso, é muito maior. Mesmo que Porto Alegre tivesse o dobro de táxis, não se conseguiria atender a todos os usuários em tempo satisfatório nesses momentos de maior demanda, ou seja, dias de chuva e horários de pico. E mais, colocar mais táxis em Porto Alegre não seria colocar mais carros no trânsito? Ou eles acreditam que tendo mais táxis em Porto Alegre as pessoas deixariam seus carros e utilizariam táxis? Bem, se acreditam nisso, acreditam em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, etc.

Se com esse número de táxis, eu que trabalho a noite, fico por vezes até 6hs sem transportar um passageiro – convido quem quiser a passar uma madrugada de segunda ou terça-feira na rua comigo para comprovar o que eu digo – imagina aumentando o número de táxis? Meu Deus, nem quero pensar nisso!

Poderia escrever muito mais sobre o tema,mas vou esperar as provocações, dúvidas e desmembramentos que virão.


[1] Quantidade de dinheiro total, sem desconto das despesas, auferido durante o turno de trabalho.
[2] Para Cesar Fiusa, professor e doutor em Direito: "Inventário é meio de liquidação da herança. É processo pelo qual se apura o ativo e o passivo da herança, pagam-se as dívidas e legados, recebem-se os créditos etc."

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/24162/1/Inventario/pagina1.html#ixzz1PuYK3uwQ
[3] O valor pago a título de comissão para um taxista auxiliar varia entre 25 e 30% do valor da féria bruta declarada pelo mesmo.

domingo, 5 de junho de 2011

Panfletos

Depois de uma saída durante o dia pelas ruas de Porto Alegre, dei ma olhada dentro do meu carro e fiz uma constatação. O carro estava cheio de papéis. Cheio, não é figura de linguagem. Eram realmente muitos papéis. Desde anúncios de novos empreendimentos imobiliários, passando por propagandas de pet shops, comidas, promoções de peças, som automotivo e até de casas de “massagem”. Isso mesmo, esse tipo de “massagem” que vocês estão pensando. Detalhe que, quem entrega os panfletos das casas de “massagens” são as próprias “massagistas”. Mas isso na vem ao caso.

O caso é que, essa grande distribuição de panfletos, além de ser um grande desperdício dos meios naturais, pois é papel – nenhum deles que eu parei para ver era de papel reciclado – é um importuno para os motoristas.

Quase todas as sinaleiras, semáforos ou sinais, como queiram, de Porto Alegre, possuem uma pessoa distribuindo algum tipo de papel, com alguma propaganda de alguma coisa. Nós motoristas ou até mesmo passageiros, muitas vezes para ajudar aquele trabalhador – pois a maioria dos panfletários são obrigados a distribuir uma quantidade “x” de panfletos pra poder terminar seu turno – vamos arrecadando os papéis distribuídos ao longo da cidade e assim enchendo o carro de papéis. Isso quando alguns mal educados, não dobram na primeira esquina a atiram o papel pela janela, sujando a cidade.

Na hora de limpar o carro, em casa ou em uma lavagem, esses papéis todos de dentro do carro que vão parar em uma lixeira, normalmente com lixo comum orgânico, sem dar oportunidade para que se recicle aquele papel todo. Pois se poucos são os que lêem os papéis pegos nas sinaleiras, menos ainda são aqueles que depois se preocupam em dar um fim correto a esses papéis.

Mas aí alguém dirá: Se tu sabes de que propaganda se trata, é porque tu leste. E se tu leste, o panfleto atingiu a finalidade a qual foi criada.

Respondo: Não. Na verdade, pra mim foi um tiro no pé, pois além de um incomodo, ainda tratam-se de empresas, lojas ou o que for, cujo comprometimento com a sustentabilidade é próximo de zero. Ou seja, ganhou minha antipatia.

Outro dirá: Mas isso dá emprego para as pessoas.

Na verdade não é emprego, é trabalho. Na maioria, senão todos, esse trabalho é realizado sem um contrato formal, em condições completamente precárias, sem refeições e intervalos e o “salário” é com base no dia trabalhado e de uma cota a ser distribuída, sem limite de tempo para a jornada de trabalho. Com certeza para quem está ali e melhor esse “dinheirinho” do que ficar em casa sem ganhar nada. Mas será que é o certo? Quantos de vocês já viram aquelas pessoas no “olho do sol”, com 40 graus de calor a sombra, entregando panfletos? Não seria isso, justamente uma forma de pressão, para que sintamos pena e peguemos aqueles papéis “para ajudar” aquele que está distribuindo a entregar sua cota o mas rápido possível e sair daquele sol escaldante? Seria certo zelarmos ou estimularmos esse tipo de trabalho?

Tenho certeza de que os papéis não são a única maneira de entrar nos nossos carros. O Pretinho Básico, Cafezinho, Brasil na Madrugada, que o digam. Alguém duvida? Eu é que duvido, de alguém que escuta um desses programas, que são diários, que não lembra de pelo menos um anúncio feito por eles. Todos nós lembramos, nem que seja de um, mas lembramos. São todos programas de rádio de grande audiência, principalmente entre os motoristas.

Isso que nem falamos da distribuição de panfletos nas ruas quando estamos andando, como por exemplo no centro, onde, caminhando, quase somos agredidos para que peguemos um papel. E esses já têm destino certo. O chão das ruas.

Quer vender seu produto ou serviço, gasta um pouquinho mais, e anuncia em uma rádio qualquer. É muito mais limpo, rápido, muito, mas muito menos incomodo e socialmente responsável.

E o rádio é só um exemplo. Têm ainda outdoors, faixas e outros.

Mas se ainda assim, optar pelo velho panfleto, que o faça de forma ecologicamente responsável. Continuará importunando, mas de uma maneira menos agressiva ao meio ambiente.

terça-feira, 31 de maio de 2011

O papel do poder judiciário na sociedade nos dias de hoje.


Em um encontro com queridos amigos e colegas Dr. Fábio Rods e André Luis Moura, conversávamos sobre o poder judiciário e sua função social. Conversávamos especificamente da justiça do trabalho e suas decisões que podem prejudicar muitos em favor de um único indivíduo.

A função social do judiciário a qual aprendemos na faculdade é da aplicação da justiça em razão do povo, das pessoas. É levar em conta o bem comum frente à individualidade.

O juiz de direito, personagem central na relação processual como um todo. Em instâncias diversas, remete a figura de uma pessoa idônea e imparcial, como um mediador de conflitos deve ser e assim como se faz necessário para aplicação da lei.

O caso é que o judiciário tem esquecido de visualizar o bem comum, privilegiando o individual e perpetrando sentenças sem nenhuma razoabilidade no que diz respeito ao coletivo.

A justiça do trabalho, mesmo que de forma implícita, tem por objetivo a defesa do trabalhador, hipossuficiente frente ao empregador, o que por vezes pode prejudicar outros tantos trabalhadores de uma mesma empresa.

Chegaram ao meu conhecimento 3 sentenças consecutivas contra uma mesma empresa que “quebraram” essa empresa e vão desempregar 200 pessoas em detrimento de 3 trabalhadores. Claro, se houve a sentença contra essa empresa, é porque para o juiz restou comprovado que o empregador não cumpriu aquilo que a lei lhe impunha como dever frente ao trabalhador, mas não pode ser por isso que a empresa deva ser punida de forma a prejudicar todos os outros trabalhadores que prestam serviço para essa empresa.

Não bastassem essas sentenças inconseqüentes, as execuções posteriores são mais preocupantes, pois não levam em conta o “princípio do menor sacrifício do executado” impondo penhoras e leilões prejudicando assim a continuidade do funcionamento dessas empresas que são obrigadas a dispensar seus trabalhadores, deixando diversas famílias desamparadas em função do conseqüente desemprego dos trabalhadores, da agora extinta empresa.

“Princípio do menor sacrifício do executado: ...a execução deve realizar-se da forma que, satisfazendo o direito do credor, seja o menos prejudicial possível ao devedor. Assim, “quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor...”[1]

Para ilustrar o que quero dizer, cito por exemplo, uma empresa que faz pagamentos “por fora” para o trabalhador. Esses não beneficiam somente o empregador. Eles beneficiam as duas partes do contrato de trabalho. O empregador, que tem menores valores dos encargos trabalhistas e reflexos legais frente ao salário, e o trabalhador que também se beneficia, tendo menos a pagar ou até se isentando do imposto de renda bem como descontos menores do INSS.

Ocorre que quando do julgamento, o judiciário tem os olhos voltados e tendenciosos para as falhas do empregador e jamais algum tipo punição ou repreensão a esse empregado que de certa forma “lucrou” com esse valor “por fora”, que deveria também ser observado pelo julgador.

Outro ponto questionável do judiciário, é o fato como se conduz a execução dos processos. Maior atenção deve haver no que se refere à situação financeira da empresa, bem como as condições de saldar a dívida trabalhista imposta pela sentença prolatada, sob pena de haver falência da empresa e assim prejudicar e desempregar outros tantos trabalhadores para que se faça cumprir a sentença e o referido pagamento para um ou dois empregados.

Está passando da hora de o poder judiciário se atentar ao bem comum frente ao individual em todas as searas, seja ela cível, trabalhista, tributarista ou criminal. O poder judiciário está inserido em uma sociedade e deve se comportar como tal, expandindo sua visão e medindo as conseqüências de seus atos e sentenças frente ao todo.


[1] Theodoro Júnior, Humberto, Curso de Direito Processual Civil, vol. 2, 36ª ed., Rio de Janeiro, Editora Forense, 2004, pg. 11-12.

As imposições e evoluções na sociedade

Hoje ouvindo o rádio, me deparei com Alexandre Fetter, comunicador da radio Atlântida FM, relatando o que havia presenciado sobre o movimento “massa crítica” – movimento que prega o uso de bicicletas como meio de transporte – referente à agressividade de alguns componentes do grupo, provocando e até ofendendo motoristas durante o seu protesto que trancou várias ruas.

Palavras de ordem como “...quero ver acelerar agora...” e “...fumando velho burro...”, pronunciadas por membros do referido movimento, para motoristas indevidamente trancados no trânsito por força do protesto, foram citadas pelo comunicador Alexandre Fetter, testemunha presencial dos fatos. Difícil.

Vivemos em uma sociedade um tanto tradicional, machista e de costumes centenários. Certo que já houveram evoluções, mas essas não são e nem devem ser rápidas, sob pena de serem evoluções modistas e passageiras.

Vejo que hoje, com essa evolução de direitos e de tecnologia, existe um grupo de pessoas que gostariam de apressar essas mudanças culturais à força. Na minha humilde opinião é o que acontece com o movimento “massa crítica”.

O brasileiro possui carro há muito tempo. O brasileiro, como diz o comercial, é um apaixonado por carro. A cultura de se ter um carro é muito forte no nosso país. Isso não é uma novidade. Crescemos admirando carros. Motores, gasolina, rodas, suspensões. Isso é centenário. Quem, principalmente os homens, não sonhou em crescer e ter o seu próprio carro? Aposto que mesmo esses que hoje divulgam a bicicleta como meio de transporte, quando crianças, sonhavam em ter o seu próprio carro. Isso é o normal no Brasil.

Andar de bicicleta, para a maioria das pessoas é apenas um lazer. Pegar a bicicleta para dar uma voltinha no domingo é o normal. Usar a bike como meio de transporte diário é a exceção. Ainda.

Isso um dia pode mudar e a bicicleta virar a regra do transporte nas capitais. Talvez demore, talvez seja rápido. Não se sabe. O que não se pode é impor à força que isso aconteça. Fazer com que as pessoas deixem seus carros em casa e andem de bicicleta, é uma mudança radical na cultura do brasileiro. E como toda e qualquer mudança na cultura de qualquer país, isso exige muito tempo e dedicação. Forçar as coisas ou tentar impor alguma coisa referente aos costumes de uma nação não é o mais fácil. Empurrar “guela abaixo”, pode e com certeza vai gerar a antipatia da população, e ao invés das pessoas abraçarem a causa, vão repelir o movimento. Protestos para chamar a atenção é uma coisa. Atrapalhar a vida alheia é outra.

Na mesma rádio Atlântida FM, outro comunicador, KG Lisboa, citou outra atrocidade do referido movimento de ciclistas. Esses ciclistas utilizaram todas as faixas da Av. Independência sentido ao bairro, tendo em vista que se localiza além do complexo hospitalar da Santa Casa, é caminho certo e quase obrigatório para mais 3 hospitais. Protestar e chamar a atenção das pessoas, criando empecilhos para chegada a hospitais, não é protesto, é baderna. Aí alguém vai dizer: Ah! Mas se tiver a ambulância vai ligar a sirene e o movimento vai abrir passagem. Aí eu replico: Só ambulâncias transportam doentes o acidentados? Carros particulares e táxis também atendem doentes e acidentados.

A forma a qual o movimento “massa crítica” tenta dar visibilidade ao seu movimento, trancando ruas, interrompendo o trânsito e limitando a mobilidade dos outros entes do trânsito, sem a comunicação das autoridades do trânsito para que os acompanhe, além de prejudicar outras pessoas, põem em risco a vida dos próprios ciclistas.

Nossas ruas estão lotadas de carros. Não existem espaços nem delimitações corretas e eficazes para carros e pedestres, quem dirá para as bicicletas, que querendo ou não, nas ruas de qualquer capital do Brasil, são um meio de transporte relativamente novo frente ao pedestre, transeunte e os carros.

Gostaria muito que realmente houvessem ciclovias e espaços próprios e enquanto isso não acontece, respeito para quem quer usar esse transporte barato e limpo, que com certeza aliviaria inclusive o trânsito de veículos, mas isso ainda não é uma realidade.

Pleitear esse direito é legítimo. Impô-lo não. Com violência então, pior ainda!
Me desculpem aqueles que pensam diferente, mas não é dessa forma que se muda uma cultura.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Dicas para passageiros de táxi


Muitas pessoas andam de táxi e nunca ninguém explicou ou demonstrou certas características desse transporte.

Pois vão aí algumas dicas:

1) Quando precisar trocar uma nota de dinheiro de valor alto, avise a tele táxi no momento da chamada ou ao entrar no táxi. Não deixe isso para o fim da corrida. Nem sempre o motorista terá troco ou teve tempo de trocar uma nota alta que recebeu do passageiro anterior. Avisando com antecedência, o passageiro aumenta a possibilidade de troca dessa nota. Lembre-se, a mesma dificuldade que o passageiro tem para trocar uma nota de valor alto o motorista de táxi também tem;

2) Se beber vá de táxi. Certo. Mas se beber demais nem táxis levam. Nenhum motorista de táxi quer levar um bêbado chato ou alguém que possa vomitar dentro do táxi e impossibilitar o taxista de seguir trabalhando. Sim. Porque vocês acham que se alguém “emporcalha” o carro, é só passar um paninho e seguir? E o cheiro? NÃO. O carro precisa ser lavado por dentro, o que vai deixar o táxi parado por pelo menos um turno(12hs) sem trabalhar, o que além de tudo vai gerar um custo(lavagem + diária) que inevitávelmente será repassado ao autor do fato. E podem acreditar não é barato. Portanto pensem bem antes de “entrar em uma garrafa”;

3) Bater a porta. Pelo amor do Santo Deus. NÃO PRECISA BATER A PORTA! A frota de táxis de Porto Alegre é relativamente nova, ou seja, feche a porta do táxi sem bater. Caso ela não feche, tente novamente com um pouco mais de força, mas sem exagero. Lembre-se que essa porta que você utilizará para entrar e sair, precisará ser usada por outros passageiros, por isso “lacrar” a porta na é uma boa idéia;

4) Animais dentro do táxi. Salvo cão guia, nenhum outro tipo de animal tem transporte obrigatório. Por esse motivo, quando pedir um táxi pelo tele táxi, avise que você tem um animalzinho de estimação para ser transportado, dando características (cachorro, gato, pequeno, grande, etc...) do mesmo, para assim encontrar um taxista que transporte animais e se assim ocorrer, esse táxi terá o direito de cobrar uma taxa extra por esse transporte; Aliás isso vale para o transporte de qualquer outro objeto “diferente” (mesinhas de centro, banquinhos, tijolos, cimentos, etc...);

5) Quantidade de passageiros. QUALQUER táxi em Porto Alegre, salvo veículos adaptados para cadeirantes, possui capacidade de transportar além do motorista, 4 passageiros. Portanto não insistam em levar 5, isso é excesso, infração e dá multa;

6) Corridas curtas. As corridas curtas não são problema. O problema são as notas altas que as acompanham. R$50,00 para pagar uma corrida de R$4,82 não e legal. Facilitar o troco é legal;

7) Bom dia, boa tarde ou boa noite, não é obrigatório, mas faz parte da educação. Cumprimentar o motorista do táxi é grátis e não arranca pedaço;

8) Corridas para fora de Porto Alegre são mais caras. Não se usa taxímetro - aparelhinho que serve para converter a distância percorrida e tempo o qual o passageiro está dentro do táxi, em dinheiro - para sair da cidade. É cobrado pela distância percorrida em Km + hora parada, quando isso acontecer. A corrida fica cara, pois é cobrada em dobro, já que fora de Porto Alegre não se pode pegar passageiros e por isso se cobra o retorno. Isso significa que no caso de você sair de Porto Alegre e ficar “lá” ou, por exemplo, ir “lá” entregar um documento, por 5 minutos, e voltar no mesmo táxi, pagará o mesmo preço. Se precisar que o táxi fique esperando fora de Porto Alegre, pagará além do valor da corrida, o tempo parado, que na maioria das vezes vale mais do que dispensar um táxi e depois pegar outro para retornar;

9) Pegar um táxi, não significa necessariamente que você esta alugando um carro. Você está pagando para ser transportado. Isso significa que mexer no rádio do táxi, GPS ou qualquer outro aparelho contido no veículo, precisa de autorização do motorista;

10) Cadeiras de rodas. Por força de uma determinação municipal, todos os táxis são obrigados a transportar cadeiras de rodas, desde que elas caibam dentro do táxi, seja no porta-malas ou dentro do táxi. De qualquer sorte, avisar a tele táxi e sempre recomendado. Se não couber, não existe obrigação, pois transportar qualquer objeto que fique para fora do porta-malas, ou que tenha que ser transportado com o porta-malas aberto, está sujeito a multa;

11) Jeitinho brasileiro. “Pode entrar contramão, essa hora pode...”. NÃO! NÃO pode entrar contramão nem um pouquinho, nem um montão e em horário nenhum. Alem do risco de bater de frente com outro, é infração gravíssima. NÃO PODE!; “Faz esse retorninho proibido, essa hora não tem problema...”. NÃO. NÃO pode fazer. Se é proibido, é proibido a qualquer horário. “Pode ir mais rápido, estou atrasado(a)...” Se está atrasado(a), sai mais cedo. Existe um limite de velocidade para ser cumprido. Assim como nos outros casos, desobedecer a isso, aumenta o risco e é infração;

12) Motoristas  de táxi que xinguem passageiros, sejam mal-educados, cobrem a mais sem razão para isso, estão sujeitos a punições. Portanto denunciem para a tele táxi, caso a chamada seja feita pela tal e sempre denunciem para a EPTC_POA pelo fone 118 sempre que se sentir lesado, física e moralmente;

13) Crianças. Essas não devem andar "soltas" dentro do carro. Devem andar sentadas, com cinto de segurança e tanto elas quanto os pais, entender que os botões dos vidros elétricos, travas elétricas, auto-falantes e outros contidos no táxi, não são brinquedos, estragam e tem custo;

Ah! E bom humor. Bom humor é fundamental em qualquer situação.
Acho que era isso!
Conhecer um pouco facilita bastante a convivência temporária entre taxista e passageiro.

sábado, 21 de maio de 2011

O retorno do fascismo

Não existe outro assunto nas mídias do que a multiplicação do patrimônio do Ministro Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci.
Não queria, mas me obriguei a escrever algumas palavras.
Estamos vivendo desde o governo Lula uma transformação no nosso querido país. O problema, que essa mudança, ao contrário do que todos vislumbram, não é para melhor.
Na verdade estamos vivenciando o retorno do fascismo e do comunismo de uma forma mascarada.
O governo Lula já começou essa transformação e agora com o apoio da massa de manobra por ele criada, Dilma Roussef vai dando continuidade a essa mudança.
Estamos a mercê de uns poucos privilegiados que estão cada vez mais ricos a custa da mão de obra do povo. O atual governo, assim como o anterior, tem feito um distribuição de renda igualitária, nivelando todos por baixo, transformando a todos em classe C ou D e ainda preconizando o maior poder de compra dessas categorias. Como mandam os interesses dos governantes, se ve uma grande evolução nas classes econômicas e das famílias mais pobres, difundido amplamente nos veículos de comunicação, criando a falsa impressão de que o povo está evoluindo economicamente.
O fato é que essa evolução é limitada, atingindo somente uma classe que na sua maioria é ignorante e que enxerga esses líderes como "salvadores da pátria".
Agora pergunto: E a evolução das classes B e C? Alguém já ouviu nos noticiários que a classe C está evoluindo para a classe B ou para A? Ou que a B está evoluindo para a classe A?
Eu mesmo respondo.
Não, não estão noticiando isso. Pelo simples fato de que isso não está acontecendo. O atual governo age sobre o proletariado, distribuindo a miséria tal como as "bolsa isso, bolsa aquilo", praticamente orientando que os menos favorecidos tenham mais filhos e possíveis eleitores ignorantes que manterão esses fascistas no poder, seja pela obrigação de retribuir a "esmola" ou pelo simples sentimento de gratidão assim forçado por eles por essas "bolsas".
Um dos homens mais ricos do mundo, o Brasileiro Eike Batista, não teve a mesma capacidade que o médico Antônio Palocci, de multiplicar os seus bens por 20, dando consultoria financeira, em tão pouco tempo.
Agora, quando a imprensa e porque não a sociedade cobram explicações pela "magia" realizada pelo Sr. Ministro Palocci, as "Fascio di Combatimento" ou Esquadra de combate petista, usa seus escudos administrativos e políticos, para que um de seus mais importantes membros, não preste esclarecimentos para a sociedade desse enriquecimento à jato e assim não possa ter sua imagem novamente comprometida e ligada a chefe de estado, como já havia acontecido no governo Lula.
Infelizmente estamos nas mãos dessa gente e a maioria do povo tem sua visão distraída por esmolas governamentais e copa do mundo. Temo que quando as pessoas conseguirem perceber o futuro que as espera, seja tarde para se tomar alguma atitude que não seja radical.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vida na noite

   Hoje recebi um convite para falar da vida na noite, na madrugada.
   Engraçado. Depois desse convite, fui provocado e comecei a lembrar de algumas histórias que passei ao longo desses quase 10 anos de trabalho a noite.
   Já fui assaltado. Tudo bem que na ocasião, apesar de estar com o táxi e de ser a noite, não estava trabalhando. Mas foi a noite.
   Uma vez ouvi de uma menina da noite que o nosso trabalho, o de taxista é bem parecido com o delas, pois temos que prestar serviços para desconhecidos, muitas vezes para pessoas desagradáveis e clientes que não podemos escolher, pois estão nos pagando por um serviço e temos que fazê-lo sem reclamar. Filosofias da madrugada!
   Na verdade esse conceito se aplica a quase todas os profissionais, mas durante a madrugada, esse tipo de filosofia tem um peso muito maior.
   Muitos são os causos, por assim dizer, que acontecem durante a noite dentro de um táxi. Posso dizer que já vi de tudo que um ser humano possa ver em uma vida. Aliás acho que esse é o bônus de quem trabalha a noite. Aliás, trabalhar a noite exige também algumas peculiaridades. Cito personalidade, não te preconceitos, jogo de cintura,  educação e paciência, muita paciência.
   Não desisti do meu sonho que é a carreira jurídica, afinal estudei bastante para isso, mas confesso aqui que gosto de trabalhar a noite. Acho que a noite por si, a liberdade que esse trabalho trás, me seduz. Conhecer as pessoas e sua diversidade na sua forma mais desarmada, mais desavergonhada, sem as máscaras e as carrancas dos seus uniformes e obrigações de trabalho os quais a maioria estão investidos durante o dia, é muito legal. O mesmo cara que tu vê de terno e gravata durante o dia, comandando com muita competência uma equipe especialista em finanças, a noite, chama um táxi, de preferência com os vidros escurecidos e pede para entrar na garagem da sua residência para pegá-lo, vestido de mulher, para levá-lo a uma casa GLBT.
   Isso é muito legal. Conversar com as pessoas, afinal durante a noite elas estão mais dispostas a conversa, pois estão usando o táxi a passeio, na maioria sem pressa, indo para uma festa ou evento, pedindo opinião a respeito da roupa, na maioria mulheres, perguntando de restaurantes, casas noturnas e até mesmo querendo escutar histórias vivenciadas durante a noite dentro do táxi.
   Claro que não são só de coisas boas que vive o táxi a noite. Além do assalto referido no começo desse texto, existem também os acidentes, as perdas, que nesses quase 10 anos não foram tão poucas assim em função da violência. Companheiros, camaradas que dividiam e ao mesmo tempo disputavam passageiros a noite foram mortos pela violência normal e inaceitável de uma capital. Assaltos, facadas, tiros e até acidentes de trânsito, foram responsáveis pelas mortes desses. Alguns próximos, outros um pouco mais distantes, mas ao mesmo tempo próximos pelo fato de serem colegas de profissão. Isso assusta, entristece e ao mesmo tempo faz com que reivindiquemos melhores condições, principalmente no que se refere a segurança pública e porque não, condições de trabalho e faz também que sejamos mais atentos aos perigos da noite.
   Em suma, trabalhar a noite é interessante, mas perigoso.
   Peço de antemão desculpas por esse texto, caso não seja interessante para muitos, mas é que o convite que recebi do meu "companheiro" de twitter e produtor da rádio Gaúcha de Porto Alegre, me fez pensar um pouco nessas coisas e colocar aqui nesse espaço.
   Queria dizer também, que esse monólogo foi escrito sob a euforia de um colorado comemorando o campeonato Gaúcho de 2011 e regado a um bom Cabernet Sauvingnon chileno.

sábado, 14 de maio de 2011

Copa 2014

   Inevitável se falar nesse assunto.
   Ainda mais pelo fato de que em 2013 haverá a Copa das Confederações, o que reduz os prazos das obras para a maioria das cidades sedes.
   Muito caro será o preço pago por nós cidadãos comuns e contribuintes por esse evento, o qual entusiasma a maioria dos brasileiros, consumidores das opiniões de uma grande manipuladora de massas, chamada televisão.
   Hoje, 14 de maio de 2011, ou seja faltando 2 anos para a Copa das Confederações e 3 para a Copa do Mundo, obras ainda nem começaram e seus orçamentos já extrapolam qualquer realidade. Outras estão em andamento e explodiram seus orçamentos em 2, 3 vezes mais.
   O templo brasileiro do futebol, o Estádio Jornalista Mário Filho, também chamado de Maracanã, administrado pela SUDERJ(Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro), é o melhor exemplo da pajelança financeira o qual viveremos por causa desse glorioso evento. Um orçamento inicial em torno de 700 milhões de reais para uma simples reforma, que hoje já está estimado em mais de 1 bilhão de reais, podendo ultrapassar - e vai ultrapassar  - fácil esse valor. Só para comparar, a construção do Emirates Stadium, estádio do Arsenal da Inglaterra, teve um custo de 430 milhões de Euros, hoje um pouco menos de 1 bilhão de reais. Detalhe, que esse foi o custo do Estádio, que é uma arena multiuso com tudo que se possa imaginar dentro de um complexo de entretenimento - teatro, shopping, cinemas, restaurantes, etc, mais as obras de infra-estrutura conexas. Entenda-se infra-estrutura como acessos ao estádio, ponte sobre linhas férreas e demais projetos de acessibilidade e mobilidade urbana ao redor do complexo.
   Bem diferente dos mais de 1 bilhão de reais que serão gastos para uma REFORMA em um estádio no Brasil, veja bem, REFORMA.
   A diferença é que o estádio do Arsenal, assim como a reforma do Beira-Rio e construção da Arena do GFPA, é que o dinheiro investido vem da iniciativa privada que valoriza seu dinheiro, já que não vive na mesma "disneylândia" que o poder público, com dinheiro infinito e desvios escabrosos.
   Agora a pergunta: Tchanã!
   Quem vai pagar por todas essas obras super-faturadas, desvios de verbas e todo dinheiro público "investido"?
   O quão caro vai nos custar essa visibilidade?
   O quão caro vão nos custar essas mudanças, que os políticos insistem em nos empurrar guela abaixo que vão ficar para as cidades depois da Copa?
   Ah! E serão mudanças significativas mesmo. O Estádio Olímpico João Havelange, o famoso Engenhão, que o diga. Ou alguém aqui discorda que lá na Amazônia era necessário um estádio de futebol? Ou em Brasília? Tendo em vista que são potências brasileiras no esporte, com todos os seus clubes multicampeões, realmente eram necessários novos e gigantescos estádios. Assim como é de extrema necessidade uma quadra de tênis no deserto do Saara, e assim como é imprescindível que se crie uma arena para touradas na Índia.
   Fica a dúvida.
   Quanto e por quanto tempo pagaremos por esse gigantesco progresso?
   Pense nisso.